Essas coisas são estranhas e não acontecem com frequência. Elas quase nunca acontecem. Por isso, quando ela sentiu aquela sensação pensou que tinha que aproveitá-la.
Funcionou mais ou menos assim: um milhão de vezes eles se cruzaram e se encontraram na escada do trabalho. E ela nem notou que um certo dia dividiram a mesma mesa naquela cerveja de fim de expediente.
E de repente, assim, quase que instantaneamente, uma série de acasos fizeram com que ela tivesse que falar com ele.
Por causa das circunstâncias, ela não entendeu muito o que estava sentindo. Mas era um estranhamento bom. Como se de repente compreendesse o porquê de estar ali. Com o passar dos dias, ela experimentou uma das sensaçoes mais gostosas e que lhe faziam tanta falta: identificação.
Não era essa identificação corriqueira. Não compartilhavam apenas o gosto musical. Compartihavam sensibilidade. Era diferente. Começou a lembrar das vezes em que tinham se cruzado. E do quanto ela nao fazia ideia, ela nem imaginava...
Era meio confuso.
Ela queria conviver com ele pra sempre. Ainda não entendia se juntos ou separados, mas definitivamente pra sempre.